segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O IDH das medalhas - Fabiano Angélico


Dos dez países que mais se destacaram nos Jogos Olímpicos de Pequim, oito estão entre os lugares de maior desenvolvimento humano no planeta. Desse grupo de nações que se destacou nas recém-encerradas Olimpíadas, apenas China e Rússia - gigantes com assento no Conselho de Segurança da ONU - estão fora da lista dos 30 países de maior índice de desenvolvimento humano (IDH). Composto de três itens - escolaridade, renda e longevidade -, o IDH é um indicador criado como contraponto ao Produto Interno Bruto (PIB), que leva em conta apenas a atividade econômica.

Nos países que terminaram Pequim-2008 entre o 11º e o 20º lugares, não é tão direta a relação entre alto desenvolvimento humano e alto rendimento esportivo. Nesse pedaço do quadro de medalhas, apenas Holanda, Espanha e Canadá estão entre os 30 de maior IDH. E estão quatro países que não têm alto desenvolvimento humano: Ucrânia, Jamaica, Quênia e Etiópia.

Na porção do quadro de medalhas onde se encontra o Brasil - entre 21º e 30º - o cenário é o mesmo: apenas três países desse grupo estão entre os 30 de maior IDH (Noruega, Nova Zelândia e Dinamarca).

Resumo da ópera: para se obter um lugar de destaque em uma Olimpíada, entre os dez primeiros no quadro de medalhas, é preciso ter desenvolvimento humano: bons índices de escolaridade, renda e expectativa de vida. Sem isso, o máximo que se consegue é um lugar entre os 20 primeiros - feito alcançado pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 2004 e que teria se repetido em Pequim, se houvesse maior preparo psicológico dos atletas brasileiros.

Mas, psicólogos não bastam. Um lugar de destaque nos Jogos Olímpicos é conseqüência de uma boa qualidade de vida (na tabela abaixo, que traz os 30 melhores países de Pequim-2008, destaque em amarelo para os países que estão entre os 30 de maior IDH).

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